O cinema é uma bela metáfora da vida, ou melhor, de uma vida ilusóriamente melhor. A vida real é bem diferente.
Você já parou para pensar que o cara do seu lado, seu amigo ou colega de trabalho tem muito a lhe ensinar e muito a crescer? Aliás, pobre daquele que acha que sabe de tudo. Na vida aprendemos com tudo e todos diariamente.
Quando morei na Califórnia passei a pensar muito sobre isso, o comportamento que pude observar era, digamos, um comportamento "escada". Aquele que se encontra no degrau de cima puxa pra cima o amigo que está no degrau de baixo.
E se o amigo acaba o ultrapassando ele não vai esquecer de você e, assim, crescem todos.
A impressão que temos é que, no Brasil, se você está no degrau de cima provavelmente levará um puxão de quem está embaixo, seguido de um empurrão.
É, isso ocorre, e muito, mesmo que de maneira inconsciente. Aqui se julga muito, temos dificuldades em aceitar as personalidades das pessoas que nos cercam e com isso, sem perceber, nos tornamos arrogantes.
Mas o que isso tem haver com a metáfora do cinema?
Para fazer filmes nós precisamos da colaboração de todos, a máquina tem que estar perfeita. Quando dirigi meu último curta-metragem, junto com Dre Torres, escolhemos a dedo nossa equipe, inclusive pessoas que não eram, digamos, agradáveis, mas em relação a trabalho, excelentes profissionais.
Confiança, era a palavra chave.
O resultado, no final, era para ser comemorado e não lamentado. E com essa filosofia era o que acontecia. Toda escada tem dois rumos, os degraus sobem e descem, cabe a você escolher o seu caminho. Dê a mão ao próximo, finais felizes não existem apenas nos filmes.
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