domingo, 29 de julho de 2012

A TRILOGIA TERMINA: BATMAN

Nolan encerrou sua trilogia com O Cavaleiro das Trevas Ressurge. Um dos filmes mais aguardados dos últimos tempos, principalmente após a obra-prima, de 2008, chamada de Cavaleiro das Trevas.
Ao continuarem a leitura saibam que, pra quem não viu, estarei revelando algumas coisas que acontecem ao final do filme. Então pare agora...Ou cale-se para sempre.

Eu li algumas críticas brasileiras que disseram que este filme é melhor que seu antecessor. Não. Ele não é melhor que seu antecessor. Explico:

Este filme acontece alguns anos depois do desfecho do segundo filme da trilogia. Batman não tem dado seus ares desde a morte de Harvey Dent/Duas Caras, assim como o recluso playboy, Bruce Wayne. Enquanto isso um exército está crescendo nos esgotos de Gotham City liderados pelo vilão Bane, interpretado majestosamente pelo ator Tom Hardy.

Durante todo o filme a vida de Bane é um mistério a ser desvendado...mas não pelo público, quem diz isso a você é o próprio filme, ao final. Bane está trabalhando para a filha de  Ra's al Ghul, o personagem de Liam Neeson em Batman Begins. Miranda Tate é o nome fícticio da verdadeira identidade de Tali al Ghul que sonha em vingar a morte de seu pai e dar continuidade ao seu plano de destruir a cidade de Gotham.


Mas e daí? Bom, a falha do filme está em seus vilões, principalmente em Bane. Enquanto Miranda Tate/Talia al Ghul tem seus motivos que movem suas ações, Bane não passa de um mero guarda-costas, um simples peão que deve assegurar que os objetivos de destruição sejam alcançados.
Bane surge como um ícone de liderança, um monstro da revolução, um perigoso terrorista. Ele prende sua atenção do início ao fim a ponto de ser quase o personagem principal da trama, dividindo praticamente o mesmo tempo de aparições na tela que o homem morcego. Então você está vidrado no cara que move o filme...até que no final descobre que Bane é um soldado que pelo simples fato de gostar e ser o protetor da filha de Ra's al Ghul, não justifica em nenhum momento suas ações.
Enquanto isso, em The Dark Knight, o Coringa alimentava-se do caos que absorvia das próprias pessoas de Gotham e o espalhava de volta à sociedade em forma de atos de terrorismo brilhantemente traçados por ele mesmo que provaram, no final do filme, surtir efeito. Principalmente quando Batman mata o Duas Caras, um vilão criado pelo próprio Coringa. Um manipulador, um anarquista, um visionário brilhantemente interpretado pelo falecido Heath Ledger, que viria a receber seu Oscar (póstumo) pelo papel.

Você acaba saindo do filme com a sensação de que precisava saber mais. Desde a volta por cima de Bruce Wayne - que acontece muito rápido - até o triunfo do Cavaleiro das Trevas que se desenvolve da mesma maneira. Mas principalmente querendo saber mais sobre Bane.
Christopher Nolan falha neste onde teve sucesso no primeiro: as passagens de tempo/lugar. Há momentos em que, não fossem os dialogos, nos sentiríamos perdidos e o tempo é o principal fator deste filme. Você deve sentir isso quando Bruce Wayne é capturado e aprisionado por Bane e enquanto a cidade de Gotham está sob controle do mal. Nada que estrague o filme, mas comparando com o que já fez Nolan em Begins...podia ter sido melhor.


Eu nunca fui fã de Joseph Gordon-Levitt mas o cara surpreendeu neste filme. Ele interpreta o policial Blake que, como Bruce Wayne, teve uma infância de traumas. Ele é um dos pontos chave do filme até que... descobre-se que ele é ninguem menos que Robin. Mas calma! Nolan nos revela isso nos minutos finais de conclusão do épico então somos poupados do que poderia ser a ruína do filme. Este personagem é introduzido com muito cuidado pelo diretor, principalmente depois que Joel Schumacher transformou os filmes de Batman em um carnaval.




 A melhor surpresa de todas, sem dúvida nenhuma, foi a Mulher Gato/Selina Kyle. Ela(s) são interpretadas pela bela Anne Hathaway, que faz um trabalho excelente mostrando-se cada vez mais como uma das melhores atrizes da nova geração. Nolan dá a esse personagem uma arca perfeita. Início, meio e fim motivados pela busca de uma nova vida. Um motivo para seus atos de vandalismo e de rendenção. Diferente do que fez com Bane que teve apenas um fim.
Michelle Pfeiffer a fez muito bem feito em Batman - O Retorno (Tim Burton), mas Anne fez melhor.





O Cavaleiro das Trevas Ressurge pode ser considerado um filme de Drama, como colocou Roger Ebert em sua crítica ao filme. Concordo. Apesar da ação do filme, o que move a história é o reencontro de Bruce Wayne com suas raízes, com a força que o motivou a tornar-se o Homem Morcego. E isto acontece de uma forma onde quem é recompensado é a platéia, depois de suas quase 3 horas de duração. The Dark Knight Rises é garantia de um ótimo filme, o melhor do ano até o momento, graças a seu elenco e seu visionário diretor.

Christopher Nolan completa sua trilogia superando Batman Begins, fazendo com que esse seja o melhor terceiro-filme-de-uma-trilogia  já feito na história do cinema. Mas longe de chegar perto do filme que mudou a história dos filmes de super-heróis: The Dark Knight.